É de repente, aquele cheiro, aquela música ou aquele lugar, torna possível à volta no tempo. Voltar naqueles momentos. Sem poder modificar nada, fazer nada diferente, dizer àquelas palavras que ainda estão engasgadas até hoje, ligar naquela noite em que o coração gritou para ligar, mas o orgulho disse a resposta final. Nada diferente, apenas lembrar.
Lembrar dos sorrisos, dos abraços, das palavras ditas... Faz bem, faz mal, dói.
O domínio da nostalgia trás aquele vislumbre que mostram os seus olhos, quase sem querer lembro-me de como eu adorava a cor deles, até o jeito que eles se fechavam levemente quando você sorria.
No mesmo tempo em que queria ficar naquele passado lembrando o quão confortante sua voz era quando me dizia coisas bobas distraindo-me de tudo. Vejo que tudo que vivemos, tudo que sentimos, agora já não importa mais.
As promessas adocicadas de ilusão não foram suficientes para cessar o amargo do vazio que fazem ligação do passado com o presente.
Talvez em outra vida, começaríamos tudo de novo, sem nenhum doce, nenhum amargo, do zero. Construindo lembranças e sorrisos novos. Talvez?
De imediato fico com os sorrisos que as lembranças boas causam e a frequência daquela angustia que eu sentia sem você diminuem cada vez mais, até que o tempo dissolva as lembranças pra sempre ou pelo menos se torne tão distante que eu perca de vez o caminho de acesso a elas.
Por: Fernanda Regina
Nenhum comentário:
Postar um comentário