Quem somos?

É hora de dizer adeus

15 março 2013



Já era tarde pra nós dois. Mas estávamos ali. Experimentando o sabor do beijo de despedida, só posso dizer que tem um sabor estranho. Estranho por saber que quando o dia clareasse você não estaria mais nos meus planos. E nós adiamos tanto esse dia. E estávamos ali, juntos porem, sozinhos.

Tínhamos uma noite, e deveríamos esquecer o dia seguinte. Esquecer que a paixão foi embora. Esquecer que nossas vidas estavam fora de controle.

- Eu te amo.

Apesar de ainda o amar, não consegui responder o mesmo. Eu o amo, mas não amava o que aconteceu com a gente.

- Psiu! Estou tentando ouvir seu coração.

Estar deitada em seu peito fazia-me não querer ir embora nunca mais. Mas eu sabia, ele sabia, era o fim da linha. Esse era só um momento de paz, era como se soubéssemos que tudo iria chegar ao fim e estivéssemos respeitando a memória do que vivemos de bom juntos.

Nós nos perdemos. Nós dois já fomos simplesmente tudo um para o outro, deve ser por isso que demoramos tanto pra aceitar que desmoronamos. Eu já chorei. Já neguei. Não adianta mais, todas os caminhos que tentamos seguir nos levaram pra esse fim. É, parece que o destino traça mesmo nossas vidas. E quem somos nós pra lutar contra ele?

- Você está tão distante hoje. Para de pensar tanto, relaxa.

Me disse com aquele sorriso de lado, que eu tanto amei.

- Estou tentando eternizar esse momento.

Nos beijamos. E foi tão doce. Não dormimos a noite inteira. Relembramos histórias divertidas, e quando relembrávamos de alguma briga ou discussão, tratávamos logo de mudar de assunto. Afinal era a nossa despedida e eu queria lembrar-me mais das coisas boas que vivemos que não foram poucas.

- Eu não quero te perder, sabia? E estou sentindo você ir pra longe.

- Nós estamos indo pra onde devemos ir. Olha pra mim. Não fica assim, pode parecer confuso agora, mas eu te amo e pra continuar assim a gente tem que deixar as coisas serem do jeito delas, não podemos mais adiar o inevitável.

Eu não sei se ele conseguiu me entender. Não sei se ele acredita que estamos apenas fazendo o melhor para nós dois, mas ele me abraçou e aquele abraço sim seria infinito. Não importa o quanto tempo passasse. Não importa o que acontecesse. Aquele momento iria ficar pra sempre na minha memória.

O dia clareou. Ele estava dormindo. Abri a porta do quarto e olhei pra trás pra dar adeus, apenas com o olhar. Foi um adeus difícil, mas necessário. Fechei a porta. Acabou. E tudo isso agora só vai existir no meu coração e na minha mente, pra sempre.

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